A greve dos petroleiros começou a ter reflexos na Costa do Descobrimento e durante todo essa quinta-feira (05/10) os postos nas cidades de Belmonte, Santa Cruz Cabralia e Porto Seguro permaneceram lotados de pessoas querendo abastecer para fugir do grande risco de desabastecimento.
As cidades de Santa Cruz Cabrália e Belmonte foram as primeiras a sofrer a influência da redução da produção de gasolina causada pela greve dos petroleiros. Ainda na parte da manhã as duas cidades já sofriam com a eminência da falta de combustível. Em Santa Cruz Cabrália só se encontrava o etanol como opção de abastecimento e, mesmo assim, com grande risco do combustível chegar ao final.
Em Porto Seguro começou a faltar combustível na parte da tarde e vários postos já estão com suas bombas fora de funcionamento. Os poucos que sobraram estão com grandes filas de carros e motos, sendo que, os estoques de gasolina também estão chegando ao final. O preço da gasolina aumentou e houve postos que chegaram a aumentar o preço entre R$ 4,28 e R$ 4,39 na cidade.
A greve foi iniciada na quinta-feira (29) por cinco sindicatos que compõem a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). No domingo (1), uniram-se ao movimento os sindicatos filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), incluindo o da Bacia de Campos.
Em nota, a FNP informou que, aos poucos, os sindicatos que integram a FUP começaram a aderir, no domingo, ao movimento iniciado pelos sindipetros Litoral Paulista, São José dos Campos, Rio de Janeiro, Alagoas/Sergipe e Pará/Amazonas/Maranhão/Amapá. Ainda segundo o sindicato, a produção das unidades foi afetada.
A categoria pede reajuste salarial de 18%. Na véspera, foi rejeitada a nova proposta da Petrobras de reajuste de 8,11%. A paralisação também protesta contra o plano de venda de ativos da estatal e busca manter direitos dos trabalhadores, em meio às dificuldades financeiras da estatal.
Adesão da Fup
A greve da FUP, com seus 12 sindicatos, teve início no domingo, por tempo indeterminado, após não conseguirem acordo com a Petrobras para uma série de reivindicações. A FUP tem como afiliado o Sindipetro Norte Fluminense, que representa funcionários da Bacia de Campos, responsável por mais de 70% do petróleo produzido no Brasil.
Contrária ao plano de desinvestimentos na Petrobras, a FUP reivindica interrupção do processo de terceirização em curso na empresa e a retomada dos investimentos no país. “Os cortes de investimentos, venda de ativos, interrupção de obras e paralisação de projetos impactam o desenvolvimento do país e a soberania nacional”, disse.