O reajuste do Piso Salarial do Magistério está sendo um pesadelo para diversos prefeitos do Brasil e já está afetando também municípios da Costa do Descobrimento. Depois do Prefeito Janival Borges informar à categoria em Belmonte que não tem como pagar o reajuste de 12,84% do Piso Nacional, nessa terça-feira (10/03), foi a vez da Prefeita Claudia Oliveira, de Porto Seguro, entrar em reta de colisão com os trabalhadores da educação naquele município.
A gestora porto segurense já colocou nas primeiras negociações que o município não tem como pagar o reajuste adotado pelo Piso Nacional e ofereceu para a categoria um reajuste de 4,5%. A situação deixou os trabalhadores do magistério descontente e os burburinhos dentro da APLB informam que o sindicato pode adotar paralisações e greves para forçar a Prefeita Claudia Oliveira a cumprir o índice nacional.
Por enquanto o único município da Costa do Descobrimento que já repassou o aumento divulgado pelo MEC de 12,84% foi o município de Santa Cruz Cabrália, sob a gestão do Prefeito Agnelo Santos. A oposição local ao prefeito cabraliense diz que o município não está em melhor condições do que as duas cidades vizinhas e que a aceitação do aumento só aconteceu porque Agnelo Santos é o único prefeito nas três cidades indicadas que está concorrendo a reeleição.
Para a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), a necessidade de valorização dos profissionais da educação – fundamentais para o desenvolvimento do país – é uma realidade. Mas, não se pode ignorar o impacto de R$ 8,7 bilhões e o efeito cascata na gestão da educação e nas finanças municipais. Um constante crescimento acima da inflação ou de qualquer outra correção, ao longo dos últimos anos, tem sido mostrado pela entidade. De 2009 a 2020, a categoria recebeu aumento de 203,61%; no mesmo período, o salário mínimo cresceu 121,7% e a inflação, pelo INPC, 61,4%.