O governador Rui Costa (PT) classificou como “racismo e preconceito” os questionamentos feitos à escolha da major Denice Santiago como postulante do PT para as eleições municipais deste ano em Salvador,inclusive na base petista, que usa como argumento o fato de ela ser policial militar. “É crime ser policial militar?”, questionou o governador, nesta segunda-feira (3), em coletiva após a sessão solene de abertura dos trabalhos legislativos de 2020 na Assembleia Legislativa.
“Se hoje o governador do estado escolhe uma mulher negra, de origem humilde, que mora no Cabula para ser candidata, aí o comentário é ela ser policial militar. É crime ser policial militar? Vamos colocar as coisas nos lugares. Isso só aumenta o meu entusiasmo pela escolha, a minha vontade de ir para a campanha, porque mostram o quanto as pessoas ainda estão preconceituosas e racistas com gente pobre, com pessoas negras, e com pessoas negras que, ao longo da vida, foi a oportunidade profissional que escolheu ou que teve na vida”, rebateu o governador.
Questionado, o governador evitou centrar fogo e responder diretamente o comentário feito pelo prefeito ACM Neto (DEM) que, também nesta sexta, afirmou que a escolha por Denice “representa o empobrecimento dos quadros”. “É uma mulher negra, pobre. Se seu nome vai ser associado ao empobrecimento, virá de áreas pobres da cidade o enriqueciento cultural, o enriquecimento do cuidado à mulher, do cuidado à cidade. Não comento candidaturas alheias”, defendeu Rui Costa.