O cajá, que era tido como uma fruta sem valor e que servia apenas para sombreamento das plantações de cacau, sofreu uma guinada e hoje representa uma das principais rendas do produtor belmontense depois do advento da vassoura de bruxa que devastou os cacaueiros de toda a região.
De fácil cultivo, já que, basta-se apenas manter a área embaixo da árvore frutífera limpa, o fruto se tornou a menina dos olhos dos antigos agricultores de cacau que hoje vêem o cajá como um complemento no período entre as safras dos cacaueiros. Fato confirmado na reportagem do programa Bahia Rural da TV Santa Cruz pelo senhor Alberto de Santana, que tem uma propriedade de 30 hectares, com 300 pés de cajá e uma produção de 1.000 caixas por ano do fruto. “De certa época pra cá a Cajá passou a ser industrializada se tornando mais uma fonte de renda para o agricultor da nossa região. Hoje quando termina a safra do cacau vem em seguida a safra do Cajá e as nossas propriedades conseguem ter renda praticamente o ano todo.” – Comentou o agricultor.
As condições do solo da região são um fator importante para a cultura, já que, o mesmo é enriquecido de nutrientes trazidos a cada cheia do Rio Jequitinhonha. Essa situação ocasiona plantas viçosas que chegam a ter 30 metros de altura. “Trata-se de uma região com o solo bastante rico devido ao depósito de material orgânico por isso não necessitamos de adubo químico.” – Colocou o Técnico Agropecuário, Clebert Souza.
No ano passado, segundo dados da Secretaria Municipal de Agricultura de Belmonte, a cidade produziu cerca de 120.000 caixas de 20Kg. Esse ano espera-se um incremento de 8 a 10% da produção e tem agricultores que planejam a incrementação de até 20% na produção de suas propriedades. “Em outros anos não tivemos tantas chuvas como esse ano. Chegamos até a registrar períodos de seca na região. Esse ano, com as chuvas mais abundantes a produção tende a aumentar significativamente.” – Comentou Francisco Lopes, Secretário Municipal de Agricultura de Belmonte.
A caixa de 20Kg é vendida em média pelo preço de R$ 15,00 e movimenta cerca de R$ 2 Milhões por ano no município. A maior parte da produção, cerca de 40%, é absorvida pela industria de polpas local. O restante é vendido para outras industrias de polpa da região sul do estado. “O preço da cajá está valendo a pena. Porque é uma árvore de fácil cultivo, que demanda menos gastos com mão de obra e mais ganhos para os produtores da nossa região.” – Finalizou Francisco Lopes.
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