O diretório da APLB de Belmonte se reuniu na manhã dessa terça-feira (27/06) com o Prefeito Janival Borges e sua equipe e informou que as partes presentes não chegaram a um consenso em torno do reajuste do piso salarial dos professores municipais e que também não houve acordo sobre o pagamento do retroativo. Nossa equipe conversou com representantes da APLB-Belmonte que participaram da reunião e os mesmos informaram que o gestor se mostrou irredutível com relação às demandas apresentadas pela categoria. Segundo os mesmos, o prefeito não apresentou nenhuma proposta e comentou que preferia esperar pelo resultado do mandado de segurança impetrado pela entidade na justiça.
Os representantes dos professores informaram que ainda fizeram a proposta de que poderiam fazer uma petição e não ir em frente com o mandado de segurança, caso se desenhasse naquele momento um acordo satisfatório, mas o gestor não aceitou. Segundo os representantes, o Prefeito Janival Borges ainda comentou que a Prefeitura não tinha recursos para pagar o retroativo e nem o reajuste salarial e ainda declarou que não podia ultrapassar os limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. “Não houve negociação. Vamos esperar a decisão da justiça e continuar na luta para garantir o direito dos professores.” – Comentou o Sr. Emanuel, um dos representantes da APLB-Belmonte que estava presente na reunião.
Diante da negativa do gestor municipal, o diretório da APLB realizou uma assembleia à tarde para passar o que aconteceu para a categoria. Durante a assembleia, diversos professores presentes ficaram revoltados com a situação e, ao final, os profissionais decidiram continuar em greve por tempo indeterminado à espera do desenrolar dos acontecimentos. A diretoria da APLB-Belmonte, no fechamento dessa reportagem, informou que divulgará uma nota oficial nessa quarta-feira (28/06) sobre o assunto e que também estará informando a todos o calendário de ações e manifestações da categoria que acontecerão durante o período da greve geral.
Pais de alunos se revoltam e formam grupo para se manifestar em frente à Prefeitura de Belmonte.
O fato repercutiu mal e alguns pais de alunos estão formando um grupo para se manifestar na próxima quinta-feira (29/06) em frente à sede da Prefeitura de Belmonte. O grupo ainda planeja ter uma audiência com o Ministério Público e pedir para que o mesmo interceda para resolver a situação e as crianças possam voltar às salas de aula. “Como vai ficar as nossas crianças? Já estamos com o calendário escolar atrasado e esse fato pode piorar ainda mais. Não somos contra a ninguém, apenas queremos que o direito à educação de nossas crianças seja respeitado.” – Comentou um dos pais revoltados que pediu para o seu nome não ser revelado.
Entenda o caso
Os professores exigem o pagamento do piso nacional da categoria estabelecido pelo Ministério da Educação que esse ano foi reajustado em 7,64%. Também faz parte das exigências o pagamento dos retroativos relativos a janeiro, mês em que o reajuste entrou em vigor. A Prefeitura Municipal de Belmonte, por sua vez, alega que o município não tem dinheiro para bancar os custos e sugeriu um escalonamento, proposta que não foi aceita pela categoria. Fontes da Secretaria Municipal de Educação revelaram à nossa equipe que só o pagamento dos retroativos podem gerar um rombo em torno de R$ 500.000,00 nas contas do município e que esse montante só aumenta com o passar dos meses.
Os professores, por sua vez, revelam que os argumentos do Prefeito Janival Borges não se sustentam porque o Governo Federal vem pagando o reajuste da categoria desde o mês de Janeiro. A APLB informa que vem tentando marcar sem sucesso uma reunião com o Prefeito Janival Borges desde o início do ano para discutir a situação e que a gestão só aceitou negociar agora porque o município tem como data-base para o reajuste da categoria o mês de maio. “Essa situação foi criada pelo próprio prefeito. Nós vínhamos alertando sobre a situação e a gestão municipal vinha enrolando. Agora a categoria quer o seu direito e não pode ser prejudicada por causa de um erro de estratégia administrativa.” – Informou um dos representantes da APLB envolvido nas negociações.