Ela saiu de Belmonte em 2005, foi terminar o segundo grau na cidade de Itabuna onde prestou vestibular para Direito, prestou concurso e agora assumirá um dos cargos mais cobiçados e disputados do país. Estamos falando da jovem belmontense Jamille Maria Pimentel Rodrigues Giffoni Alves que agora será Oficial do Tribunal Regional Federal do Estado de São Paulo. Jamille, que é filha do Sr. Ruy Edeuvalle Alves e da Dona Vera Lúcia Pimentel Rodrigues Alves, é casada e recebeu a nossa equipe na residência de seus pais. Jamille, além dos pais que estão muito orgulhosos, conversou com a nossa equipe na presença dos amigos Ruy Sérgio e Bebeto Gama. A jovem nos contou como foi a sua trajetória que serve como um exemplo para todos os belmontenses. Segue abaixo a conversa:
+BN – Como se iniciou essa trajetória de sucesso?
Jamille – Tudo começou em 2005 quando eu sai da casa de meus pais e fui morar em Itabuna onde finalizei o terceiro ano do ensino médio e prestei vestibular para Direito. Quando me formei em direito, eu percebi que a área da advocacia não era o que eu queria realmente, então resolvi me dedicar aos concursos públicos nas áreas que eu tinha interesse e o de Oficial de Justiça se enquadrava com o que eu queria.
+BN – Você se dedicou à vida de legítima concurseira. Foi muito difícil o período de estudos?
Jamille – Eu me dediquei muito para conseguir os meus objetivos. Meus pais, graças a Deus, me ajudaram. Graças a eles eu pude me dedicar de forma integral, já que, eu não estava trabalhando e eles proporcionaram o suporte necessário. Eu fiz inicialmente um curso preparatório e quando estava em casa os estudos continuavam. Passei dois anos me dedicando totalmente a esse projeto de vida.
+BN – Você precisou largar a sua vida social e se isolar para estudar?
Jamille – Eu não fui por esse lado. Eu não deixei minha vida social por inteiro, apenas limitei um pouco para não atrapalhar o foco nos estudos. Eu gosto muito de praia, mas tive que diminuir a frequência de ir às praias de Ilhéus. Também deixei de ir em algumas festas da família e da igreja também, mas nada muito exagerado porque eu acredito que é prejudicial você abdicar da sua vida social completamente.
+BN – Quando você começou a ver os frutos desse esforço todo?
Jamille – Eu passei em três concursos. Em três estados diferentes. Em 2011, 2012 e 2013 eu passei para Oficial da Justiça Federal nos estados das Alagoas, Bahia e São Paulo. Em 2011 eu passei na 4ª colocação e não fui chamada. Em 2012 eu passei na 12ª colocação e também não fui chamada. Em 2013 passei em uma colocação melhor, mas fui vítima da crise econômica que estava passando o país. Era para eu ser chamada em abril de 2015 e tive que esperar até dezembro de 2016 para ser conduzida ao cargo porque a Justiça limitou as nomeações por causa das dificuldades financeiras.
+BN – Você contou que também fez concursos em outras área. Como foi?
Jamille – Eu fiz concurso para tabelião na Justiça da Bahia, passei na fase objetiva com 100 questões, consegui passar na prova discursiva, consegui um bom rendimento na terceira fase que era uma avaliação de situações dentro da área de tabelionato, também passei na prova oral onde fui avaliada por uma banca com quatro juízes. Não me dei muito bem na última fase onde eu teria que apresentar os meus títulos, mas como eu era muito nova ainda não tinha conseguido tantas graduações no decorrer da minha vida. Nessa fase os meus concorrentes se saíram melhor. Também passei em um concurso da Caixa Econômica Federal, tomei posse do cargo na cidade de Vitória da Conquista, mas não consegui me adaptar ao serviço porque não era aquilo que eu queria. Eu então conversei com minha família e pedi demissão em 2012.
+BN – Foi uma decisão muito difícil. O pessoal não te criticou?
Jamille – O pessoal na verdade achou uma loucura. Alguns colegas de trabalho disseram que admiravam a minha coragem, mas eu estava certa do que eu queria e estava disposta a tornar esse sonho realidade. Minha família me ajudou muito e apoiou a minha decisão.
+BN – Nesse tempo todo você chegou a atuar como advogada?
Jamille – Eu atuei como advogada na área civel e peguei alguns processos até agora em 2016 quando finalmente tomei posse no dia 19/12.
+BN – Qual a sua visão do cargo de Oficial da Justiça Federal?
Jamille – Eu quero desempenhar da melhor forma possível a minha função perante a comunidade. Eu tenho em minha cabeça que eu sou uma servidora e estou alí para servir a sociedade. Eu estou ali para auxiliar a justiça e contribuir para que a mesma se torne cada vez melhor e responda aos anseios dos cidadãos.
+BN – E agora, quais os seus objetivos para o futuro?
Jamille – Por enquanto eu quero curtir um pouco a minha vitória e ainda não pensei no que virá depois. Estou em um emprego com estabilidade, um salário bom, com uma carga horária flexível e agora quero dar uma pausa e curtir com minha família e com meu esposo.