A Petrobras anunciou nesta sexta (11/06) redução de 1,9% no preço da gasolina vendida em suas refinarias. O corte, que ocorre em meio à recuperação da cotação do petróleo, é o primeiro reajuste da gestão Joaquim Silva e Luna, que assumiu o comando da estatal no dia 19 de abril. Segundo a companhia, o preço médio do combustível cairá R$ 0,05 por litro a partir deste sábado (12/06), para R$ 2,53. O repasse ao consumidor depende de políticas comerciais de postos e distribuidoras –o valor cobrado nas refinarias representa hoje um terço do preço final do produto.
Não haverá alteração no preço do diesel. Os dois produtos têm o mesmo preço desde o dia 1º de abril, no maior período sem reajustes no governo Jair Bolsonaro, em um sinal de que Silva e Luna deve esperar mais tempo do que seu antecessor para repassar as oscilações do mercado internacional. Em nota, a Petrobras disse que “busca evitar o repasse imediato para os preços internos da volatilidade externa causada por eventos conjunturais”, mas que os preços “seguem buscando o equilíbrio com o mercado internacional”.
Silva e Luna foi nomeado para a presidência da empresa em meio a uma onda de descontentamento com a escalada dos preços no início do ano. Ao anunciar a demissão do antecessor, Roberto Castello Branco, Bolsonaro reclamou de reajustes “fora da curva”. Apesar da recuperação das cotações do petróleo nas últimas semanas, chegando a ultrapassar a barreira dos US$ 70 por barril, a gestão Silva e Luna vem sendo beneficiada pela valorização do real frente ao dólar no mesmo período.
Segundo conta da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), com o corte deste sábado o preço da gasolina da Petrobras se alinhará à paridade internacional, conceito que estima quanto custaria o combustível importado para o país. Já no caso do diesel, há uma defasagem de 0,05%, também de acordo com as contas da Abicom. A Petrobras defende, porém, que o cálculo da paridade varia entre as empresas, considerando particularidades comerciais de cada uma.
Apesar da falta de reajustes, os preços continuaram em alta nas bombas durante os últimos 40 dias. Na semana passada, o litro do diesel foi vendido no país, em média, a R$ 4,490, valor 0,5% superior ao registrado um mês antes. A gasolina comum subiu 1,7% no período, para R$ 5,656 por litro. Para especialistas, a alta reflete o fim da isenção de impostos federais sobre o diesel, elevações no preço de referência para cobrança do ICMS e biocombustíveis pressionados pela escalada das cotações internacionais e pela seca. No dia 1º de junho, 22 estados e o Distrito Federal aumentaram os preços de referência para cálculo do ICMS no diesel e outros quatro mantiveram o valor. No caso da gasolina, houve elevação em 19 estados e no Distrito Federal. Esses preços de referência, sobre os quais incidem as alíquoitas de ICMS, são revistos a cada 15 dias com base em pesquisa de preços nos postos.
O litro do biodiesel subiu de R$ 4,425 para R$ 5,536 entre o primeiro e o último leilão realizado pelo governo, mesmo com a redução do percentual de mistura obrigatória de 12% para 10% –medida que teve o objetivo de tentar conter a escalada. Já o preço do etanol anidro, que é misturado à gasolina, vem sendo pressionado pela seca sobre a lavoura, que atrasou a colheita da safra. Na primeira semana de junho, o valor de venda do produto pelas usinas de São Paulo subiu 0,88% em relação à semana anterior, para R$ 3,43 por litro.