Após o embate nas urnas, onde em novembro saiu vitorioso o prefeito eleito Bebeto Gama, uma outra batalha política se desenha na disputa pela presidência da Câmara de Vereadores de Belmonte, que comandará o Legislativo durante o biênio de 2021 e 2022. O que está em jogo é a posição estratégica do comando da mesa diretora da casa, já que, a mesma será a responsável por comandar as pautas e encaminhar os projetos do executivo para a votação dos vereadores. Uma mesa diretora hostil ao executivo pode trazer problemas, travar projetos importantes para a gestão e dificultar a votação do orçamento municipal.
Nas gestões anteriores o processo era mais fácil, já que, os prefeitos elegeram maioria na casa e tinham uma grande bancada sob sua influência. Nessa legislatura, devido à renovação dos vereadores, esse processo pode ser dificultado. Ainda existe o fato de que a maioria dos eleitos foram de oposição e vem com o pensamento de promover uma Câmara de Vereadores independente, imune à influência do Executivo e com condições de debater com independência os projetos para o futuro de Belmonte.
Uma dos capítulos dessa história já aconteceu essa semana, onde PT e PCdoB prometem estar unidos para definir posicionamentos frente à escolha da nova mesa diretora. Os dois partidos tem 05 vereadores eleitos que, se seguirem as recomendações das legendas, se tornarão um bloco forte na disputa. Por outro lado, as conversas de bastidores constam que o candidato à presidência com apoio do prefeito eleito Bebeto Gama será o futuro vereador Luluca da Ambulância. O futuro gestor ainda não declarou publicamente o seu apoio, mas é considerado natural o posicionamento, já que, Luluca é nome de consenso dentro do grupo político que apoiou a eleição de Bebeto Gama.
Envolvidos na disputa apontam que, apesar dos tempos terem mudado, a influência do Prefeito ainda é forte sobre os vereadores. Os mesmos ressaltam que Bebeto está com a popularidade em alta e que ainda existem na casa vereadores voltados para o clientelismo, que não se sustenta sem o apoio do executivo. “O medo do vereador de se opor à vontade do prefeito é de ficar isolado e não poder ajudar a sua base de eleitores. Belmonte ainda não é uma cidade desenvolvida politicamente e esse cenário pode ser o fiel da balança durante as negociações.” – Informou um vereador que irá votar conforme orientações do prefeito e que pediu para não ser identificado por nossa reportagem.