Autoridades Policiais das cidades de Eunápolis e Porto Seguro contestaram na tarde dessa sexta-feira (15/06) os dados apresentados por um estudo realizado pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e pelo Fórum de Segurança Pública que colocam os dois municípios entre os 05 com 100 Mil habitantes mais perigosos do Brasil. O “Atlas da Violência”colocou o município de Eunápolis em 2º lugar do ranking de violência e o município de Porto Seguro em 4º lugar. Os outros municípios baianos que apareceram na pesquisa foram: Simões Filho (3º Lugar), Lauro de Freitas (5º Lugar) e Camaçari (9º Lugar).
A Secretaria Estadual de Segurança Pública foi a primeira a contestar os dados. O órgão esclareceu que as Taxas de Crimes Violentos Letais Intencionais (Homicídio, Latrocínio e Lesão Corporal Dolosa) Em Eunápolis e Porto Seguro foram 96,3 e 64,4, respectivamente, diferentemente do apresentado pelo Fórum, que não inclui as ocorrências de Legítima Defesa, de criminosos mortos em confronto com as forças policiais e mortes a esclarecer. A Secretaria ainda ressaltou que o estudo despreza os dados do Ministério da Justiça obtidos por meio de informações prestadas pelas Secretarias Estaduais de Segurança Pública.
O Major Anacleto França, comandante do 8º BPM-Porto Seguro rechaçou os dados e se referiu ao estudo como “um erro grotesco de informação”. O comandante ainda ressaltou que as informações não encontram parâmetro em nenhum indicador oficial. O oficial colocou que que o número de homicídios em 2016 foi de 90 crimes em Porto Seguro gerando uma taxa de 61 homicídios para cada 100 Mil habitantes e não 101 para cada 100 Mil, conforme divulgado. Segundo o Major França, A divulgação da matéria e da própria pesquisa levou em consideração os números total de crimes ocorridos por cidade, gerando dados inconsistentes e desconexos da realidade. “É fundamental, quando da divulgação de dados, observar com clareza, se estes verdadeiramente correspondem aos fatos, porque no caso, a divulgação equivocada de dados incorretos contribui para o aumento da sensação de insegurança na população e prejudica o trabalho de prevenção criminal”, frisou o Comandante.
O Coordenador da 23ª COORPIN também contestou os dados e colocou que as informações prestadas são de 2016 quando Eunápolis registrou 110 homicídios. Em 2017 esses números caíram para 54 homicídios. O mesmo ainda ressaltou que os policiais civis e militares das duas cidades receberam até uma premiação do Governo do Estado por causa da redução dos índices da violência nos últimos dois anos.