Cerca de 460 toneladas de pescado abastecendo as mesas e movimentando a economia local. Esse é um dos resultados do monitoramento pesqueiro de Belmonte e Santa Cruz Cabrália, realizado ao longo de 2016. A ação, que tem o apoio da Veracel Celulose, acontece há três anos e registra as principais informações da atividade pesqueira nos dois municípios. Os dados foram apresentados para as comunidades de pesca dos dois municípios nos dias 27 e 28/07 e o material foi disponibilizado para cada participante. Com essas informações, Colônias e Associações podem buscar financiamentos e influenciar as políticas públicas para esta atividade.
O porto de Cabrália é o que apresenta o maior número de embarcações. E um dos fatores que contribui para isso é a boa estrutura que contempla um píer para desembarque pesqueiro, inaugurado pela Veracel Celulose em 2014, uma fábrica de gelo e uma área própria para limpeza e apresentação do pescado para comercialização. Nessa localidade, foram registradas 47 embarcações e uma produção total de 343.977 kg no último ano. O dourado se destacou como a espécie mais pescada no ano, seguido do badejo e da guaiúba. O porto de Santo Antônio foi o que apresentou a segunda produção pesqueira do município com mais de 50 mil quilos de pescado e entre os recursos pesqueiros mais capturados se destacam a mistura, a arraia e a corvina. “É fundamental que todos colaborem com as informações do desembarque diário. Só assim teremos dados reais para fazer um melhor gerenciamento e conseguirmos levar esse assunto para outras discussões locais e nacionais”, comentou Xêpa, vereador de Cabrália.
No porto de Belmonte, a guaiúba foi destaque como o pescado mais capturado, enquanto que o camarão e o siri foram os que mais passaram pelo beneficiamento das marisqueiras. Os resultados de monitoramento ao longo desses três anos tem registrado uma redução significativa do número de desembarques e da produção pesqueira no porto de Belmonte. Os pescadores atribuem como a principal causa o fechamento da barra sul do Rio Jequitinhonha “O monitoramento é importante para saber o que foi beneficiado aqui e o que isso representa para todas nós”, ressaltou Pedrina Rodrigues Reis, vice presidente da Associação das Marisqueiras de Belmonte.
A Veracel apoiará a realização do monitoramento ainda para os anos de 2017 e 2018, fechando um ciclo de cinco anos. Este tipo de monitoramento é um dos poucos no Brasil nesta extensão e profundidade para atividade artesanal. “Os dados apresentados por estes monitoramentos mostram a importância da pesca artesanal para a região da Costa do Descobrimento. São informações mensuradas que podem ajudar as Associações e Colônias a obter apoio de políticas públicas para melhorar ainda mais a atividade”, reforçou Antônio Fagundes Tavares, da Bahia Ter, na reunião em Cabrália. O coordenador da Bahia Pesca Márcio Santos Carvalho também incentivou os pescadores e as marisqueiras a continuarem realizando os registros.