A Secretaria da Segurança Pública acionará as instituições realizadoras do Atlas da Violência 2017 divulgado nessa semana, que apontou com dados não oficiais os municípios de Lauro de Freitas, Simões Filho, Eunápolis, Teixeira de Freitas, Porto Seguro, Barreiras, Camaçari, Alagoinhas e Feira de Santana na lista das 30 cidade mais violentas do Brasil. Após análise dos dados apresentados pela pesquisa e a realização do comparativo com os números oficiais foi constatado que os índices apresentados pelo estudo estão longe de representar a realidade dos municípios baianos citados.
Diferente do apresentado no Atlas, que apontou o município de Lauro de Freitas com a taxa de 97,7 mortes por 100 mil habitantes, a cidade da Região Metropolitana registrou 65,8 mortes por 100 mil. Já Simões Filho apresentou 87,8 mortes por 100 mil e não 92,3 como divulgado. Há discrepância também na contabilidade de mortes em Teixeira de Freitas, que apresentou 72,2 de taxa e não 88,1.
Os municípios de Porto Seguro (Atlas: 86 X SSP:77), Barreiras (Atlas: 78 X SSP:56,5), Camaçari (Atlas: 77,7 X SSP:77), Alagoinhas (Atlas: 75,7 X SSP:64,7), Eunápolis ( Atlas: 75,1 X SSP:57,4) e Feira de Santana (Atlas: 68,5 X SSP:53,3).
“A publicação de uma pesquisa com dados que não se aproximam da realidade já é um desserviço grande à população. É lamentável que dados como estes ganhem as capas de jornais sem qualquer tipo de análise mais aprofundada, sem apuração. Todos os dados de 2015 estão no site da SSP e o nosso estado é exemplo na divulgação das informações, sejam elas positivas ou não”, afirmou o secretário da Segurança Pública da Bahia.
De acordo com o secretário, esta não é a primeira vez que pesquisas abordam a realidade da segurança na Bahia e no nordeste de maneira distorcida. “O nordeste é a única região do país que alimenta de maneira transparente o banco de dados nacional sobre violência e por isso sempre é vista de região mais violenta do Brasil na realização dos rankings”, continuou o secretário.
E finaliza afirmando que, apesar dos transtornos causados pela transparência do estado unida ao descompromisso de outras regiões do país, a Bahia vai continuar a divulgar os dados criminais com clareza. A Bahia é classificada no grupo A – seleção de estados que apresentam maior cobertura e melhor qualidade dos dados criminais – pelo Ministério da Justiça.