Aconteceu em Belmonte nessas eleições um fato inédito que foi muito elogiado pelos políticos e pela população da cidade. Estamos falando das atividades coordenadas entre as Policias Civil e Militar e a Justiça Eleitoral que desbaratinaram um forte esquema de compra de votos que existia na cidade e era costume de alguns políticos mau intencionados.
O sistema funcionou nos pleitos anteriores onde alguns candidatos aproveitavam as noites antes do dia da votação para saírem distribuindo cestas básicas, materiais de construção e dinheiro para comprar as pessoas e seus votos. Isso começou a acontecer em Belmonte já na segunda-feira (26/09) onde as ruas da cidade viraram uma verdadeira pista de corrida com carros de candidatos entregando cestas básicas e dinheiro e outros querendo flagrar para denunciar à justiça. Muitas confusões aconteceram e as autoridades receberam até denuncias de que existiam carros carregados com cestas básicas e dinheiro sendo escoltados por homens armados.
De posse das informações o policiamento começou a ser reforçado na cidade a partir da sexta-feira (30/09) com a chegada de viaturas e homens da CIPE – MATA ATLÂNTICA (CAEMA), Companhia de Policiamento Ambiental (CIPPA) e Companhia Especial Tático Operacional (CETO/8ºBatalhão). O aparato foi comandado pelo Capitão Neri e pelo Tenente Robson Lago, responsável pelo policiamento local.
Houve mudanças também na Policia Civil onde vieram prepostos da Delegacia Territorial de Porto Seguro para reforçar as investigações e quem assumiu a Delegacia de Belmonte durante o pleito foi o Delegado Dr. Robson.
Com todo o aparato policial pronto a Justiça Eleitoral, através da Juíza Eleitoral Andreia Gomes Fernandes, decretou um Toque de Recolher que começou das 22:00Hrs da noite do Sábado (01/10) até às 05:00Hrs da manhã de domingo (02/10), dia do pleito. A Portaria 11/2016, que foi expedida pela justiça, obrigou a todos as pessoas da cidade se recolherem às suas residências nos horários informados. Proibiu o tráfego de veículos e obrigou a fechar todos os estabelecimentos. As forças policiais tinha ordem de prender em flagrante quem desrespeitassem as ordens judicais. A medida coibiu de forma dura o processo antigo de compra de votos e quebrou qualquer esquema de logística montado para o mesmo.
No domingo (02/10), enquanto os belmontenses iam para as urnas votar, o esquema de segurança continuava trabalhando e muitas pessoas foram conduzidas à delegacia por compra de votos.A maior operação foi feita em Barrolândia onde foi encontrado um local usado por indivíduos ligados a um partido político. As pessoas que operavam o suposto esquema foram presas e com elas foram encontrados cerca de R$ 2.200,00 em espécie, dois cheques de R$ 200,00, documentos e anotações de nomes a quem o dinheiro era destinado. As forças policiais foram à localidade logo após denúncia feita por um morador. Todos os envolvidos foram levados para a Delegacia Territorial de Belmonte sob a acusação de crime de compra de votos.
O policiamento das sessões também foi reforçado e feito por policiais vindos de outras cidades. Tumultos nos locais de votação foram rapidamente controlados e os operadores políticos do esquema ficaram sem pode agir até nas imediações das sessões eleitorais. A comunidade também ajudou e diversas denúncias foram feitas acabando com as famosas “bocas de urnas” que existiam em Belmonte.
Finalmente, por volta da 17:00Hrs do domingo (02/10) o pleito foi encerrado dando a vitória ao grupo político do Deputado Estadual Jânio Natal. As forças de segurança ficaram de prontidão até às 05:00Hrs da manhã de segunda-feira (03/10) quando a cidade voltou à sua rotina normal.