Desde a última segunda-feira (14/03) a unidade da Cesta do Povo em Belmonte não funciona mais. A determinação do encerramento das atividades veio da Empresa Baiana de Alimentos (EBAL) que passa por uma reformulação e tem como meta o fechamento de 35 lojas na região.
A EBAL passa por um processo de reestruturação realizada pelo estado que planeja leiloar a empresa na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) em data ainda não divulgada com um preço mínimo de R$ 81 Milhões.
Dados da EBAL revelam que a Cesta do Povo tem 276 lojas no total onde 43 lojas estão na capital baiana e Região Metropolitana e a rede ainda conta com 229 unidades espalhadas pelos municípios baianos. A Cesta do Povo contém 2.800 funcionários e a EBAL afirma que os mesmos não serão demitidos.
A Cesta do Povo foi criada em 1979 na gestão do Governador Antonio Carlos Magalhães. A rede fazia parte de um programa de governo denominado Programa de Abastecimento de Alimentos Básicos que era direcionado para as pessoas de baixo poder aquisitivo. Em 1980 foi criada a Empresa Baiana de Alimentos (EBAL) que ficou responsável por gerir as lojas da Cesta do Povo em todo o estado, já que, a rede estava crescendo e figurava como um importante agente regulador de mercado trabalhando com preços mais baratos do que os concorrentes do setor privado. A unidade belmontense foi aberta na década de 90 durante a segunda gestão de Jânio Natal que, na época, era prefeito de Belmonte. Jânio, que era aliado de Otto Alencar ainda no período do Carlismo, conseguiu ainda um feito inédito que foi a abertura de uma unidade da Cesta do Povo em Barrolândia que foi o primeiro distrito a ter uma loja da rede, já que, até então, a EBAL só abria lojas nas sedes dos municípios.
Em 2007 a EBAL entrou em colapso financeiro. A empresa estava sucateada em sua infraestrutura, em processo de falência e com uma dívida acumulada de R$ 300 Milhões. O Governo do Estado da Bahia, diante da situação, ordenou o fechamento de 425 lojas da Cesta do Povo e realizou um importante processo de estruturação que durou 60 dias. A EBAL, na situação atual, figura como uma empresa sem nenhuma expressão e sem musculatura para fazer frente aos concorrentes do setor privado e o principal objetivo do Governo Estadual é vender o que restou da empresa para o setor privado e garantir a realocação dos funcionários que ainda estão em atividade.