Belmonte é hoje um dos maiores produtores de cajá do estado e da cidade sai milhares de caixas do fruto, que tem uma polpa suculenta e é rica em vitamina A e fibras. O fruto também é muito usado em geléias, sucos, compotas, licores e sobremesas. O cajá também é apreciado pelos produtores de polpa por causa do seu alto rendimento. O fruto chega gerar 56% de produção de polpa. Outro ponto importante também é a sua grande safra quando cada cajazeira chega a produzir mil quilos da fruta.
Infelizmente uma das engrenagens importantes nessa grande produção vem enfrentando problemas. Estamos falando dos catadores de cajá que sobem o rio todos os dias para buscarem o fruto em rabetas e lanchinhas e garantir o seu sustento. Os catadores reclamam que o preço que está sendo comercializado o cajá, cerca de R$ 10,00 (dez reais) a caixa do fruto, está muito baixo quando já chegou a ser vendido a R$ 35,00 (trinta cinco reais). Os catadores acreditam que o preço baixo também é causado pela falta de concorrência de compradores, já que, apenas dois compradores compram o fruto na cidade. “A gasolina aumentou e aumentou também o preço do motor de rabeta, fora o nosso desgaste e os riscos de sermos picados por alguma cobra. Na atual situação que se encontra, não estamos conseguindo sustentar nossas famílias.” – Comentou um dos catadores à nossa reportagem.
Com base nessas dificuldades e para buscar soluções, os catadores se reuniram na tarde desta terça-feira (25/02) nas margens do rio Jequitinhonha e decidiram cruzar os braços e fazerem manifestações. Eles decidiram pela paralisação das atividades de coleta até que um acordo seja feito entre compradores e catadores.
Nossa equipe esteve no local e também registrou a presença do vereador Célio (Tiofim) que disse estar sensibilizado com a situação e se colocou à disposição dos catadores nessa luta por valorização da atividade.