As águas do rio Jequitinhonha já começam a deixar famílias desabrigadas na cidade baixa de Itapebi ás margens do Jequitinhonha. Oitos famílias já abandonaram suas casas ou subiram para as partes mais altas na tarde desta sexta feira (20).
Todas as famílias que saíram estão sendo alojadas em casas de parente e amigos na parte mais alta da cidade histórica ou na cidade alta.
Segundo informações de ribeirinhos, ontem pela manhã outras famílias que moravam em ilhas do rio descendo sentido a cidade de Belmonte, também foram removidas. A previsão é que o rio continue a encher, já que a chuva não para de cair na região do Estado de Minas Gerais e as comportas da Usina de Itapebi foram abertas deste a última quinta feira quando a vazão naquele dia era de 1200 m³, hoje como as seis comportas estão abertas mais a geração das três maquinas (turbinas) supões-se que deve estar com uma vazão de mais de 3000m³ por segundo.
Alguns moradores ainda resistem em sair de casa, mesmo que as águas já estão entrando porta adentro. A senhora “Dinha”, moradora a mais de 13 anos nas margens do rio Jequitinhonha na cidade baixa, disse que ficará na sua casa e espera que a chuva pare e o rio volte ao normal. No momento seus móveis estão empilhados no andar superior de sua casa onde funciona o bar.
O rio ainda não fez estragos na cidade de Belmonte, mas permanece cheio acima do normal. Os moradores da parte mais baixa da cidade já estão preocupados. A Prefeitura Municipal de Belmonte já prevendo problemas já fez a limpeza de vários cursos de escoamento de águas que se encontravam assoreados e cheios de lixo.
Ele nasce na região da cidade de Serro atravessa o nordeste do Estado de Minas Gerais e deságua no Oceano Atlântico, em Belmonte, no estado da Bahia. Percorre uma das regiões que já foi considerada uma das mais pobres do Brasil e do mundo, denominada vale do Jequitinhonha, mas que hoje apresenta leve desenvolvimento e projeta-se para uma região rica e desenvolvida. Perto de suas nascentes fica a cidade de Diamantina; outras cidades da bacia são Araçuaí, Itinga, Jequitinhonha, Almenara, Itaobim e outras.
O vale do rio Jequitinhonha, apesar de ter sido uma das regiões mais pobres do Brasil, hoje essa situação está mudando, abriga uma cultura peculiar, que se releva nas manifestações populares únicas, ligadas aos mitos da natureza, à navegação e às lendas; e se manifestam no rico artesanato de barro, nas expressões musicais e folclóricas.
O nome do rio Jequitinhonha se originou do nome da cidade e o termo, na linguagem indígena, quer dizer: no Jequi tem onha (ou seja, no Jequi tem peixe, usados pelos índios botocudos, que habitaram a região, na confluência com o rio São Miguel).
No período colonial, o rio era conhecido como rio das Virgens.
Atualmente, foram construídas, no Rio Jequitinhonha, duas grandes barragens, que são:
IRAPÉ
A Usina Hidrelétrica de Irapé, ou Usina Presidente Juscelino Kubitschek, é uma usina localizada nos municípios de Grão Mogol e Berilo, no estado de Minas Gerais. Ela foi construída no Rio Jequitinhonha com uma potência nominal instalada de 360 megawatts. Possui a barragem mais alta do Brasil e uma das mais altas do mundo, com 208 metros. A usina, que foi inaugurada em 2006, pertence à Companhia Energética de Minas Gerais e está entre as usinas mais modernas instaladas no Brasil.
TAPEBI
A Itapebi Geração de Energia está à frente da operação da Usina Hidrelétrica (UHE) de Itapebi, localizada no rio Jequitinhonha, divisa dos estados da Bahia e de Minas Gerais. Com 42% das ações, a Neoenergia detém o controle da empresa, que tem ainda participação dos acionistas do Grupo.
Com potência instalada de 450 MW, a UHE Itapebi dispõe de três unidades geradoras de 150 MW, assegurando a geração total de 1,9 milhão MWh/ano de energia. Esse volume está contratado até 2017 pelaCoelba, distribuidora do Grupo Neoenergia.
Com a eficiência de sua gestão, a usina de Itapebi registrou em 2012 lucro líquido de R$ 185,7 milhões e EBITDA de R$ 233,6 milhões
Histórico do empreendimento
A construção da UHE Itapebi foi iniciada em 1999 pela Neoenergia, com investimento de R$ 550 milhões. Deste montante, 30% se originaram de recursos próprios e 70% de terceiros. A hidrelétrica entrou em operação em fevereiro de 2003.