Categoria: Notícias |   Postado por admin há 12 anos |  Imprimir

Depois de Porto Seguro, Santa Cruz Cabrália e Itapebi, foi a vez de Belmonte receber a III Caravana Cultural.

A Caravana visitou vários pontos da cidade, dentre eles o Studio Riso que a 6 anos ensina cultura, educação e ecologia às crianças do município. Com o lema “Generosidade não é apenas doar objetos, mas também gestos de gentileza para o mundo”, o Studio Riso verdadeiramente pratica o que prega. A associação oferece aulas gratuitas de música, inglês, artesanato e reforço escolar para crianças da região. “Ensinamos o que eles geralmente não aprendem na escola” disse Rosvita, que nos recebeu na instituição idealizada por Maurício e Tata. O Studio Riso também possui um coral de 76 crianças sendo que 16 delas se apresentaram para a Caravana, cantando Alma Brasileira, música composta pelo Ralf, artista local.

Na sequencia a Caravana fez uma visita a Associação Lar da Menina uma instituição que acolhe 80 crianças de 7 a 13 anos. O Lar foi fundado há treze anos e há cinco atua em Belmonte, sob o olhar cuidadoso e dedicado das idealizadoras Dayse e Belenita. Lá, são ministradas aulas de informática, música, artes e reforço escolar. Para serem aceitas no Lar Da Menina, as crianças devem estar inseridas numa área de risco, seja por falta de alimentação, drogas ou violência e devem estar matriculadas na escola, possuindo boas notas. O espaço da instituição é grande e arborizado e nos sensibilizou o cuidado e carinho de Dayse e Benelita ao nos mostrar o local e falar sobre as crianças.

A Caravana cultural também visitou o centro de Cerâmica Quatorze Irmãos, que segundo a assessoria de imprensa da Caravana foi um dos pontos altos da visita a Belmonte. Dona Dagmar Muniz é a talentosa fundadora do local e, aos 72 anos, trabalha o barro com agilidade de menina. Seu amor pelo trabalho com a cerâmica tocou a todos da equipe, que ficou impressionada com a beleza e imponência dos enormes vasos, dentre outras esculturas. Durante uma demonstração de como fazer a cerâmica, dona Dagmar nos contou seu maior sonho: fazer do espaço uma escola de cerâmica onde pudesse passar seu conhecimento para os jovens, perpetuando sua cultura pelas próximas gerações. A prefeita de Belmonte Alice Brito, que estava presente no local, prometeu a criação da escola para dona Dagmar e para o público que ali estava.

À noite, na Praça São Sebastião no centro da cidade, o povo belmontense mostrou sua imensa riqueza cultural. Foi realizada uma verdadeira festa na praça da cidade. A céu aberto, tendo como fundo as charmosas ruas de pedra do município, a equipe da III Caravana Cultural assistiu apresentações caprichadas. Dentre elas, a Filarmônica Lyra Popular de Belmonte, a Filarmônica 15 de setembro, o Ballet da Equipe Riso composto de alunos do Studio Riso, o afoxé dos Netos de Gandhi, o grupo Negros Africanos, a batucada Nova Rainha do Samba e a fanfarra Bamtib.

Após as apresentações, todos seguiram para o Espaço de eventos da Loja Maçônica onde foi realizado um debate com o Secretário de Cultura Albino Rubim onde o foco foi a relação entre a Cultura e o Turismo.

Dentre as questões levantadas, está a subordinação da cultura da Bahia ao turismo, o que acaba gerando o estereótipo da monocultura. Por diversas vezes, quando a cultura do Estado é pensada, ela limita-se à cultura negra, o que ignora o fato de que a Bahia é rica em diversidade cultural, como exemplo as culturas indígena, sertaneja e a cigana. Outro ponto tocado foi o fato de que Belmonte é uma cidade com um rico centro histórico, sendo assim, as ações voltadas para o turismo devem ser pensadas de forma a valorizar este fato. “O turismo de Belmonte não deve concorrer com o de cidades praianas” disse Albino Rubim.