“Assim você me mata; Ah! Se eu te pego, ai, ai, se eu te pego”! Esta é a condicional deste carnaval de 2012. É a linguagem poética do predador diante da presa, que será cantada por milhões de foliões, por todo o país, durante o período do reinado Momesco. É a época em que os poetas criam verdadeiras pérolas musicais, em que refrões se perpetualizam no gosto popular.
Tudo começou lá pelo início do século XX com o inesquecível Abre Alas de Chiquinho Gonzaga que já afirmava: “Sou da Turma do bota pra quebrar…” Ao longo de mais de um século, vários refrões acenderam a imaginação dos brasileiros.
Cada ano uma “canção” se destaca dentre todas. É a mais cantada, provoca requebros sensuais, insinuam lascividade estonteante e exortam a libido latente – ou inativa – dos afogueados foliões. E a turba indócil grita e gesticula: “Nossa, nossa, assim você me mata! Ai, se eu te pego, Delícia, assim você me mata”…
Passam blocos, cordões, batucadas – hoje, pagode -, mascarados, mas para o trio converge uma multidão ávida de felicidade, onde os opostos se atraem e misturam suor e cerveja em carícias mil, prenúncio de que Amor de Carnaval desaparece na fumaça da quarta-feira de Cinzas..
O Carnaval no Brasil é a maior festa popular do mundo. Reúne etnias, de todos os quadrantes do planeta terra, que buscam alegria e prazer nesta época de dias quentes e ensolarados em que olhares atentos se perdem diante de tantas “arquiteturas”, logo abaixo da cintura, monumento das cabrochas tentadoras, semi-nuas… “Se eu te pego, delícia, assim você me mata”…