Será que isso é coisa do passado? Não existem mais os “Chefes Políticos”? Às vezes me pergunto se a cultura do “chefe” já entrou pra o rol da contracultura ou se continuamos a manter a figura do chefe, tão em destaque em tempos idos. Era chefinho pra lá, meu chefe pra cá, minha liderança, você manda eu obedeço, o senhor ordena e será feito e tantas outras expressões de pura bajulação e subserviência. Certo político me confessou outro dia, que o que o mais chateava era a falta de dignidade de alguns políticos hierarquicamente no mesmo plano organizacional, que insistem na sua pseudo-inferioridade, para, sem dúvida, levar vantagens ou benefícios. Afirmara ele, consciente e imperativamente: por que não pleitear o que é de direito e ter seu pedido deferido? E concluiu o seu relato dizendo que em troca de favores, deixou um vereador em pé, frente à sua mesa e o ordenou que de braço direito estendido, jurasse ser fiel e servi-lo para sempre! É o cúmulo da humilhação! Nos tempos do coronelismo arregimentava-se séquitos de bajuladores mediante “livre pressão” da repetição “papo amarelo” manipulada por jagunços desajustados. Saíram de cena os coronéis para a entrada dos morubixabas, discretos, a distribuir favores e benesses em troca de reforço em redutos eleitorais conhecidos originalmente como curral de “Cancela fechada”. Volto a perguntar: Será que ainda existem morubixabas? Não, eu não acredito em “Cacique Político”. Cacique que se preza, não mente, não promete, não lesa a consciência de sua tribo, nem abandona seu povo no meio do mandato para morubixabiar em outras paragens.
Em nossa terra tupiniquim existem coisas estranhas do tipo “o mandato político é do partido pelo qual foi eleito o cidadão, mas não o obriga a cumprir o período para o qual foi eleito, favorecendo, assim, os “morubixabas” infiéis que trocam as promessas e compromissos feitos à sua gente por novas falácias em outras freguesias. No mais, é trocar a tanga multicor dos morubixabas pelo black tie e ir tomar café na cantina do Congresso Nacional.